segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Daniela Paoliello

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Nas imagens apresentadas é estabelecida uma relação entre fotografia e performance, em que o corpo atua exclusivamente para a câmera, distante do olhar direto do público. A encenação se presta à narrativa fotográfica, já parte da lógica bidimensional, do tempo estático e mudo.
O roteiro é improvisado e submetido às vontades propositivas do corpo feminino no espaço, que se move liricamente pela mata, como em um sonho onde se tem uma visão de si mesmo.  Ele encena, protagonizando significados. Catalisa suas potências expressivas, expele a cultura que colou ao seu corpo e nega a disciplina dos gestos.
A própria presença nua da artista intensifica o contato com o ambiente, traz as potências da pele, e apresenta um corpo político, ativo, empoderado; um corpo que se propõe interpretativamente, e nega a passividade que lhe é culturalmente imposta.
Há um esforço de (re)construção da própria narrativa através de metáforas escultóricas elaboradas para a câmera, que misturam a organicidade da natureza à do corpo e transparecem tensões da psicologia feminina. O gesto da artista é aqui gesto filosófico, e tece uma retórica através de suas ações propositivas.
Na relação do corpo com a natureza, ele retoma aquilo que lhe é mais próprio, sua dor no encontro com a exterioridade, sua condição de corpo afetado pelas forças do mundo (Greiner, 2010). Vive o paradigma de toda relação, do extremo da idealização às tensões do conflito; do ser deglutido, processado, reinventado na ação relacional.
 
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