quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Entrevista publicada originalmente em 20/08/2013 no Blog de Marcio De Oliveira Fonseca com Márcia Zoé Ramos!


Marcia Zoé Ramos é arte educadora e gestora de projetos em Arte e Cultura e foi entrevistada por ele na coluna Conversando Sobre Arte, abordando diversos assuntos referentes à Arte e Cultura. Recomendo a leitura.
 

Quem é Marcia Zoé Ramos?


Antes de qualquer palavra sobre minha pessoa e trabalho, eu preciso agradecer sua generosidade para comigo e a arte. Você é um doador e um altruísta no campo cultural caro Márcio, propicia a todos em seu espaço virtual a reflexão pela arte e isso é uma tarefa que requer dedicação, amor, entrega e acima de tudo fé para com o homem. Você acredita no poder transformador pela arte e nos diz isso todos os dias, obrigado. Sou mineira e toda minha formação acadêmica se deu no campo da arte. Sou artista plástica por formação e especificamente aprofundei minha pesquisa em desenho, fotografia e história da arte. Atualmente sou gestora de projetos de arte e cultura.
 
Como se deu o encontro com a arte?
Desde a infância convivo com arte. Meu avô materno era um músico do interior de Minas, desses com grupos populares que viajavam para se apresentar em bailes, clubes, cassinos e casas noturnas. Ele era um apaixonado pela clarineta, sax e cavaquinho e costumava dizer que quem tinha a música na vida tinha tudo, então nesse universo musical fui crescendo e até hoje eu não consigo ouvir chorinhos sem deixar de lembrar-me dele. Apesar de amar música, acho que a literatura contribuiu mais com essa minha formatação porque sempre fui uma voraz leitora desde criança. Entre 12 e 15 anos  frequentei um atelier/oficina onde pude experimentar várias habilidades e aos 17 iniciei meu primeiro curso de arte com um professor e artista muito especial: Angelo Marzano. Acho que foi ele o meu guia primeiro nesse universo. Angelo,  Amilcar de Castro  e outros artistas ministravam aulas nesse pequeno atelier de uma galeria chamada Gesto Gráfico em BH. Ai veio a Escola Guignard de forma mais definitiva onde pude conviver com  artistas muito bons. Lá tive o privilégio de ser aluna de Solange Botelho ( ex aluna de Guignard), Marco Túlio Resende, George Helt, Maria do Carmo Secco (uma  maravilhosa artista e professora  do Parque Lage que passou uma temporada em Minas), Herculano Ferreira, Carlos Wolney e José Márcio Barros, antropólogo dos mais respeitados hoje no campo da diversidade cultural que me ensinou a pensar a arte para além das fronteiras do fazer. Com ele eu começei minha reflexão sobre algo maior chamado cultura e suas identidades, enfim, muita gente mais fui encontrando ao longo do caminho. Outros cursos vieram, todos na área de arte e cultura, muita leitura, muitas conferências, encontros, tudo contribuindo pra formatar minha personalidade em arte. Quis citar esses nomes especificamente por sentir que devo a eles grande parte de meu aprendizado. Desde o início convivi com os grandes artistas de Minas e do Brasil, enquanto professores ou colegas da escola. Felizmente essa convivência com a arte é intensa até hoje e permite que antigas e novas referências   se harmonizem pela vida formatando esse caminho principal e os secundários como na obra do grande Klee que ilustra essa conversa.
 
Como você descreve a atuação do seu Escritório de Arte?
O escritório é somente ponto de referência para um trabalho que considero integral  e que se iniciou faz tempos. O escritório no Rio surgiu de uma necessidade em organizar o atendimento às demandas que foram surgindo em função de minha atuação com gestão cultural e projetos de arte e cultura desde 2007 quando aqui me estabeleci. Antes disso, em BH mantive um atelier  com algumas características do escritório mas com foco em edições. Trabalhei por longo período (1998 a 2006) com projetos institucionais voltados para arte e cultura , com arte educação e também fui gestora institucional de um Centro Cultural  em BH.
 O Escritório de Arte tem como objetivo ampliar e contextualizar a ação da arte e a difusão de bens culturais e a proposta é dar suporte e assessoria em arte e cultura, elaborar diagnóstico de portfólios, estudar conceitos, acompanhar a produção do artista em atelier, elaborar projetos e curadoria para espaços públicos ou privados, pesquisas, ensaios, edições e produção. Algumas obras em acervo e séries especiais de alguns artistas também estão disponíveis para comercialização. Trabalho com ótimas parcerias na elaboração de alguns projetos e tenho o privilégio de estar em contato com pessoas extremamente sérias no campo da produção.
 
Qual sua opinião sobre o mercado de arte brasileiro?
Acho que é um mercado emergente, em expansão, porém muito centralizado ainda. Mercado é oferta e procura de bens e serviços e no caso estamos tratando de dimensão simbólica que agrega valor cultural e se pensarmos na evolução que tivemos na última década vamos ver que o crescimento foi expressivo. Editoras publicaram mais, artistas brasileiros participaram mais de exposições e eventos  aqui e no exterior,  feiras e leilões importantes aconteceram. Aliás, as feiras chegaram e se consolidaram, galerias brasileiras estão presentes em importantes eventos internacionais, espaços culturais estão sendo criados pela iniciativa privada, cursos novos são oferecidos, grandes exposições chegaram e outras ainda por vir. Tudo isso contribui para o crescimento do mercado e alimentam a cadeia produtiva na arte e cultura. Quando falo arte eu penso em todas as vertentes : cinema, vídeos, teatro, música as artes plásticas ou visuais como queiram chama-la, a dança. Tudo isso se interliga no mundo contemporâneo Marcio. O próprio conceito de cultura mudou com o passar do tempo e hoje temos que entende-la em 3 dimensões: simbólica, cidadã e a econômica. Então penso que o mercado da arte para se consolidar precisa assimilar todas essas questões e não podemos mais pensar isoladamente. Faz -se pintura com vídeo, temos cenários desenhados por artistas para o teatro, temos livros bons e conferencias importantes sendo gestadas, documentários sendo feitos, pensadores vindo ao país para debater arte, escritórios de arquitetura projetando museus, a cultura digital está em tudo, enfim, o mercado está aquecido e em franca expansão. Contudo, vejo ausência de um discurso crítico sobre todas essas questões e penso que as ações  poderiam ser melhores no sentido de que essa cadeia produtiva precise se preparar mais, se organizar mais e acho que no plano institucional avançamos pouco, investiu –se pouco. Temos muitas barreiras tributárias, muita burocracia, poucos gestores preparados, pouca ação educacional, ausência de capacitação na área e o Estado comete alguns equívocos principalmente sendo omisso na maioria das vezes. Ainda se confunde arte com entretenimento ou algo parecido com parques temáticos. Em muitos casos, essa política de espetáculos custa caro e nem sempre obtém resultados positivos. O público não tem ainda formação suficiente (em sua maioria) para julgar e diferenciar arte de decorativismo ou se um evento é bom ou não e seu olhar crítico é quase nulo, ai   ela é  entendida como algo que precisa de grandes produções para acontecer, ou seja, cria-se uma necessidade de “espetáculo” desnecessário e falso, muitas vezes supervalorizando banalidades. O mercado vende banalidades e muitas vezes cria valor onde não existe. Temos uma economia ainda frágil que influencia diretamente essa cadeia e precisamos superar obstáculos o tempo todo. Falta direcionamento correto das ações e erroneamente as questões pontuais é que ganham espaço em detrimento das políticas de longo prazo.
 
 Que comentário você faria sobre ética no mercado de arte?
Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem sem prejudicar os outros, ter comprometimento, assumir responsabilidades, ter generosidade e cooperação no trabalho em equipe, trocar conhecimento, respeitar as  pessoas, ser tolerante, flexível, buscar quando necessário ter uma  relação de confidencialidade e privacidade. Sabemos que nunca é fácil  mas é preciso exercitar o tempo todo porque todo envolvimento é construção.  Acho principalmente que devemos ser honestos em qualquer situação, porque é uma virtude fundamental aos negócios e só se tem credibilidade com a honestidade que, acima de tudo, exige uma relação franca. Vejo muito individualismo ainda no mercado e isso não é saudável, não faz crescer. Outros dois fatores hoje fundamentais para quem trabalha com arte é o profissionalismo e a competência técnica porque relações não podem ser de proteção, paternalismo, amadorismo quando se pretende trabalhar no mercado de arte ou qualquer outra coisa. Pode parecer frio mas acho que existe ainda muito conflito, muita postura incorreta tanto do artista quanto do gestor e é preciso corrigir essas falhas quando se pretende de fato obter respeito e solidez no fazer.
 
 
O que você pensa sobre os novos nomes da arte contemporânea brasileira?
Temos artistas com uma produção extremamente significativa, gente empenhada na pesquisa, que entende a arte como processo contínuo, mas também temos muito modismo, muita apropriação sem sentido, muita repetição sem ao menos citar referências. Ocorre que o mundo nos últimos 50 anos passou por um turbilhão de transformações e a arte faz parte disso, o próprio conceito de contemporaneidade a todo momento é questionado por historiadores de arte, filósofos, críticos e estudiosos que classificam os períodos, estilos ou movimentos artísticos separadamente buscando o entendimento dessa produção e ai eu me pergunto sempre se estamos criando algo realmente novo desde a arte moderna. Os suportes são os mesmos com poucas alterações devido à era da tecnologia. Não quer dizer que todos tenham que usar esses recursos somente para parecer ser contemporâneo e dizer que acompanham as inovações e linguagens novas, mas é preciso saber se apropriar desses suportes e não se transformar em mero repetidor de movimentos. Acho que a melhor produção é sempre aquela capaz de traduzir as indagações do presente, a leitura tem sempre que ser atual, senão é perda de tempo. Grafitar as cavernas e grafitar os viadutos é um bom exemplo. O primeiro ato simbólico do homem continua a ser feito, a questão hoje é que no segundo caso os viadutos usados como suporte estão sendo derrubados e os registros apagados, então uma grande indagação é saber se a mensagem através da arte tem o mesmo valor e se a mesma está conseguindo cumprir seu papel transformador. Nos últimos 20 anos muitos artistas entenderam que produzir somente não bastava, precisavam pensar e muitos conseguiram transpor esse pensar para suas produções com maestria e cuidado, esmero mesmo. Talvez seja o caso dos novíssimos observarem essas trajetórias, essas leituras que já foram feitas para ai sim formular novas. 
 
As Feiras de Arte dão contribuição significativa para o desenvolvimento da arte? Como foi a experiência com a ARTIGO 2013?
Do ponto de vista de mercado sim, as feiras impulsionam a produção artística, porém o nível dessa produção ainda precisa ser avaliado porque o desenvolvimento em si  da arte requer mais que o ato de trocas em mercado. Embora muitas feiras sejam realizadas de forma primorosa, com atividades que vão além dos stand de vendas , não percamos de vista seu objetivo primeiro, ou seja, o  foco das feiras é a produção de valor, a concorrência, a oferta e em alguns casos a especulação mesmo. Acho que precisamos ter claro que Feira não é Bienal, feira é negócio e é regida por leis de mercado, não devemos nos enganar. Até mesmo a participação do Estado nesse tipo de atividade tem que ser dosado cuidadosamente, tendo em vista que o mesmo não deve usar recursos públicos sem as devidas contrapartidas e não deve ter num evento dessa natureza a ilusão de que promove política cultural. Digo isso porque vejo muita confusão em entender a presença do Estado nesse tipo de atividade e vejo em alguns casos que o mesmo também não se posiciona claramente. Sobre a Artigo eu considero uma experiência positiva e não me canso de dizer ao Alexandre Murucci que seu projeto é muito bom. Embora tenha sido realizado com grandes dificuldades no que diz respeito aos apoios e patrocínios, além do momento político efervescente das manifestações de rua ocorridas no período da feira, a edição desse ano confirma que existe espaço para ações dessa natureza com foco em artistas novos ou consagrados mas com obras acessíveis ao pequeno colecionador. Temos que trabalhar mundos possíveis e fugir de situações meramente de especulação que supervalorizam objetos e nomes sem que os mesmos agregue sentidos. Arte na minha opinião nunca poderá ser vendida como produto de supermercado. A arte já se encontra nos supermercados  com seus rótulos e embalagens fabulosas, então o objeto arte não pode ser confundido e uma feira boa será aquela capaz de colocá-lo  no devido stand, apresenta-lo com o devido cuidado para que o mesmo seja visto como bem simbólico a ser adquirido.
 
Cerca de 20% dos valores vendidos na  última SPArte, segundo informações não oficiais, foram pelas galerias estrangeiras, você  poderia comentar esse dado?
Não tenho essa informação mas se realmente ocorreu significa que essas galerias internacionais descobriram um vácuo no mercado brasileiro e souberam capitalizar muito bem.  Esse fenômeno é global e temos hoje países árabes e asiáticos se transformando em polos artísticos grandiosos. 20% é um número expressivo e demonstra que ainda temos muito a caminhar no que diz respeito à profissionalização. Soube que algumas galerias estrangeiras em função do sucesso obtido, se preparam para abrir filiais aqui. Esse fator pode impulsionar o mercado nacional no sentido de buscar cada vez mais a capacitação e outras competências necessárias para se manter no mercado mas há que se ter os cuidados devidos e algumas ressalvas porque as grandes galerias são administradas por ferozes investidores. A aposta é alta e sempre arriscada, nesse sentido artistas e produtores devem estar atentos. 
 
As Bienais ainda são fundamentais na divulgação da Arte?
  Sim, uma Bienal de Arte tem a função de estimular o pensamento, interrogar, porque é um espaço produtor de narrativas e também tem o papel de dar legitimidade à produção artística e divulga-la, apontar caminhos. Numa Bienal ocorre uma leitura de mundo formatada a partir de metáforas e isso é maravilhoso.  Considero alguns trabalhos curatoriais excelentes para se entender alguns aspectos da arte. Como tudo, também é passível de equívocos e acho natural que provoque o debate. 
 
Por que os museus nacionais não compram obras novas para seu acervo? Existe política pública para o desenvolvimento da Arte?
Políticas de aquisições dependem de verbas destinadas a esta finalidade Marcio. Cada espaço tem sua política de acervo e acho que seria saldável torna-la pública. Acho inclusive que   deveria ser obrigatoriedade esse tipo de publicação. Os novos museus atualmente estabelecem diretrizes que  priorizam o  apoio  às coleções privadas bem como adotam uma política de caráter social, interdisciplinar, o museu como espaço de formação permanente e não mais de contemplação e essa função sócio educativa agora é uma obrigatoriedade, então acho que atualmente tudo isso é levado em consideração nesse processo de aquisição. Desconheço os critérios de formação de um acervo para novos museus mas  acredito que como lugar de memória existem pontos de partida para essas coleções e acho que deveriam ser transparentes sempre ao gerir recursos públicos.  Quanto às  políticas  sim, no papel existe formatado tudo  e elas  estão sendo discutidas desde 2003. No caso dos museus existe inclusive um plano setorial bem elaborado. Esses documentos oficiais culminaram com a criação de SNC que é um conjunto de diretrizes para a área da cultura. Acho que o mais importante na criação do Sistema é que quando ele estiver totalmente implantado não teremos o absurdo de descontinuidade em programas caso o governo mude. No caso da arte, um programa foi criado em 2009 juntamente com a Fundação Bienal destinados a incentivar a participação de artistas visuais em eventos e feiras, mas os valores são ainda muito pequenos. Ocorre que para implementação dessas políticas os gestores dependem de aprovação de orçamento e esta não é uma prioridade governamental, infelizmente. O que se destina à pasta da cultura é menos de 1% do Orçamento da União e nem sempre esse percentual é bem distribuído e aplicado. Temos crise na Biblioteca Nacional, temos um absurdo abandono na questão do Patrimônio Histórico, existe um longo caminho ainda a trilhar no campo do Patrimônio Imaterial,  atuação tímida no que diz respeito ao uso de novas tecnologias, enfim , tudo isso precisa de dinheiro. Não se faz cultura sem dinheiro, essa é a verdade e consequentemente a arte segue duramente afetada nesse caminho. Pouco investimento, gestões pouco técnicas, lentidão em regulamentar leis, planos de formação ainda sem consistência e sem continuidade resultam no que temos hoje. 
 
É possível para o artista viver de arte no Brasil?
Acho possível sim, embora o número de artistas visuais que viva de suas próprias criações ainda seja pequeno, creio que num futuro próximo tenhamos mais em função da evolução cultural , educacional e econômica da população, mas nunca será um número elevado. Esse caráter de sagrado, de “aura” é muito forte e poucos ainda tem condições de adquirir uma obra de arte, então temos algo restrito e de certa forma elitizado a ser adquirido. Hoje as áreas de música e cinema já conseguem integrar a cadeia produtiva de forma direta em função da tecnologia e do seu potencial multiplicador, e é onde a arte deixa de ser uma criação exclusiva para um grupo, perdendo seu caráter sagrado e consequentemente atingindo a sociedade como um todo. O incrível é que indiretamente muito do que se produz no mundo tem relação com arte, da estampa de um tecido ao rótulo de um produto alimentício ou modelo de um carro e nesse sentido eu creio que viver de arte não seja uma “utopia”.
 
Que conselho ou sugestão você daria a um jovem artista para ter sucesso em sua carreira?
Vamos trocar a palavra sucesso por reconhecimento? Sucesso nas artes visuais e em outras artes é somente um momento ínfimo quando as coisas acontecem ou alguém resolve nomear os escolhidos, e a arte precisa ir além disso. A  boa arte é aquela capaz de nos incomodar, fazer questionar, pensar. Uma produção de arte enquanto “prática contemporânea” (gosto demais dessa expressão que ouvi) a meu ver, só se consegue quando o artista se torna um observador do mundo e isso só é possível fazendo uma leitura desse mundo a partir de tudo que o cerca. Ser presente, estar presente, ver o que está sendo dito, escrito, pesquisado, saber qual foi a última descoberta da ciência, saber como as pessoas estão vivendo no nordeste, saber como nossa floresta está sendo destruída, saber o que as nossas crianças estão aprendendo, ler poesia, ler romances, ir ao cinema, ir à praia somente pra observar as pessoas e seus movimentos, visitar mercados populares, estudar outras culturas, tudo isso pode parecer bobagem mas é assim que entendo a arte hoje. Não adianta se isolar do mundo e transformar tudo num embate filosófico, elitizar mais ainda ou achar que arte é o culto ao belo simplesmente. É preciso tirar filosofia de coisas banais, do dia a dia, das agonias e transformar esse ver o mundo em algo novo. Os grandes artistas assim o fizeram e nós os admiramos por isso. Meu conselho final são  dois e não são meus, mas de  artistas pensadores da arte que admiro muito: O primeiro é minha “prece” da grande Fayga Ostrower:  Nem na arte existiria criatividade se não pudéssemos encarar o fazer artístico como trabalho, como um fazer intencional produtivo e necessário que amplia em nós a capacidade de viver.” O segundo é de um querido intelectual  artista que tenho grande admiração, por conseguir transitar tão bem nesse universo da arte e da cultura e saber transmitir com maestria seu pensamento crítico que julgo necessário: Adriano de Aquino escreveu: “(...)A construção de nós mesmos é uma tarefa intensa, até certo ponto ilusória e sempre inacabada. Ela se revela, sobretudo, na aspiração pela completude que repousa no pacto imperecível com o nosso tempo e para além dele. Esse nosso fazer é inerente ao processo criativo que por natureza é alheio às certezas que coabitam o mundo das coisas e das finalidades. Ele acontece  na sequência infindável da experiência que, como um moto continuo,  jamais se completa.”
Como você pode ver, os pensamentos se complementam e formam um belo conselho.
Obrigado pelo convite. Meu carinho.
Postado por marciofo às 07:56
Marcadores: Conversando sobre Arte entrevistada Marcia Zoé Ramos, RJ. Artista e Gestora de arte.
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