Em 1931 o inglês Aldous Huxley de forma ficcional criou sua obra mais importante e conhecida; o livro “Admirável Mundo Novo” narra uma civilização de humanos que eram concebidos iguais e controlados desde sua geração por um regime totalitário. Dividida em castas, essa sociedade era excessivamente ordenada e mentalmente condicionada em prol de uma aparente harmonia coletiva.
Na obra o autor mostra uma fábula
futurista e desumanizada cada vez mais parecida com os dias atuais. Vivemos
tempos difíceis em um mundo cada vez menos preocupado com o equilíbrio e o
pensamento humanista, que estabelece o consumo e a massificação como condição
de existência e salvação, buscando a padronização e a ordenação da sociedade
através de grupos sociais, econômicos ou ideológicos.
Em meio a um pensamento escalonado de
tudo ao entorno, padrões e corpos são produzidos como números e atirados ao
“super-mercado”, uma paródia viva das previsões anunciadas, no trajeto, a
pseudo-máquina de confeccionar pessoas, sensos éticos e bens se retroalimenta e
cada vez mais empurra o mundo com aparatos quase sempre tortuosos e opressores.
Nessa reprodução infinita, as
contradições ao emparelhamento surgem nos conflitos, nos dilemas pessoais e no
próprio sentido existencial quando a morte nos leva rumo ao desconhecido. Aqui
a homogeneidade se concretiza; todos morremos e viramos matéria decomposta.
A exposição busca abstrair essa
massificação e o resultado dessa lógica estabelecida, ao mesmo tempo que somos
os vetores ativos do processo, somos também proporcionalmente a matéria
atingida e sufocada, recebendo essa diluição de nós mesmos. Referenciado pelo
autor e sua obra escrita no século passado, tenta se criar uma ponte abstrata
entre a ficção futurista e a realidade.
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