Hippolyte Bayard (1801 – 1887) - antes de Daguerre e antes de Fox Talbot, Bayard já fazia pesquisas com papeis c...om cloreto de prata para registrar a luz que entra pela camera obscura, já que o cloreto é sensível aos fotons.
A diferença de seu processo em relação a Fox Talbot (que fazia negativos em papel) e Daguerre (que criou imagens positivas em uma placa de cobre) é que criava imagens positivas em papel, imagens únicas que não podiam ser reproduzidas.
Seu papel depois de exposto (por doze minutos mais ou menos) ficava completamente preto. O papel era depois revelado em iodeto de potássio e a imagem que aparecia era fixada em hipossulfito de sódio, conhecido depois como fixador pra quem, como eu, passou anos revelando fotos em um quarto escuro.
Comparado com o photoshop, o nosso laboratório moderno, a época do quarto escuro é meio medieval. Fotógrafos passavam horas, dias às vezes, para fazer uma cópia. O fotógrafo W. Eugene Smith era famoso por passar três dias dentro do laboratório, com uma garrafa de uísque, para fazer uma única cópia de que gostasse...
Mas, voltando ao Bayard... Ele foi convencido por um amigo de Daguerre, diz a lenda, uma história bem estranha, a não anunciar sua descoberta ainda... Quando Daguerre declarou que consegue fixar imagens em placas de cobre, assombrando a Academia Francesa de Ciências e colocando a descoberta a serviço do público, Bayard ficou furioso.
Mandou para a Academia um auto-retrato, no mesmo ano de 1839 e, tenebrosamente, escreveu atrás:
"Este é o cadaver de Hippolyte Bayard, inventor do processo que aqui vêem. Este processo foi inventado por ele há três anos. O governo francês foi demasiadamente generoso com o M. Daguerre, disse que não pode fazer nada pelo M. Bayard e o pobre coitado afogou-se. Seu corpo aqui fotografado, já em estado de decomposição, está na funeraria há vários dias e ninguém o reconheceu."
Bayard ressuscitou e acabou fundando a Sociedade Francesa de Fotografia, documentando a arquitetura francesa para o governo, em placas de vidro.
via Claudio Edinger