Waltercio Caldas: o ar mais próximo e outras matérias
EXPOSIÇÃO ATUAL
De 01/09/2012 a 18/11/2012
Waltercio Caldas: o ar mais próximo e outras matérias
CURADORIA Gabriel Pérez-Barreiro e Ursula-Davila VillaLOCALIZAÇÃO 3º e 4º andares e átrio
A Fundação Iberê Camargo e o Blanton Museum of Art at the University of Texas, Austin, co-organizam um levantamento detalhado sobre a trajetória do artista brasileiro Waltercio Caldas que será exibido em Porto Alegre entre os dias 1º de setembro e 18 de novembro. Com curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro e Ursula-Davila Villa, Waltercio Caldas: o ar mais próximo e outras matérias abrange desde os primeiros trabalhos do artista carioca, datados da década de 1960, até os mais recentes.
A exposição tem sua itinerância em solo brasileiro realizada pela Fundação Iberê Camargo, Blanton Museum of Art e Pinacoteca do Estado de São Paulo, seguindo, então, para um giro norte-americano a partir do segundo semestre de 2013.
A exposição apresentará questões centrais sobre o trabalho de Caldas e suscita reflexões que permearam sua produção ao longo dos anos. A coerência da trajetória de Caldas permite o diálogo entre trabalhos do início da carreira e da década atual, consolidando a sintonia deste percurso. Uma das principais questões levantadas na exposição é a capacidade das obras de testar nossa percepção acerca daquilo que visualizamos. O trabalho do artista é um constante desafio para nossa cognição e para o modo como encaramos e reconhecemos um conjunto de materiais. A escolha de elementos simples e familiares permite a aproximação com a composição, mas logo um primeiro reconhecimento superficial sobre a obra se desenvolve em outras possibilidades de interpretação e sentidos oferecidos no trabalho.
Waltercio Caldas: o ar mais próximo e outras matérias proporciona um intenso exercício de observação para seus visitantes. As instalações permitem que nossa capacidade visual se amplie, visto que aquilo que reconhecemos prontamente logo se transforma. Ao questionar a previsibilidade, os trabalhos exigem imaginação dos visitantes e uma posição ativa perante o que está exposto.
“Aquário completamente cheio” (1981), por exemplo, reúne estas questões em uma obra cujo nome faz questão de apontar exatamente aquilo que ela é. O caráter de sentindo simplista logo se esvai no momento em que o objeto passa a ser visto através de outra ótica, ele mesmo se transformando em uma lente que media nosso contato com aquilo que está através dele. “Aquário…” é dotada da poética singular de Caldas, em que questões como a completude são construídas a partir do jogo de visualidades que transcendem o objeto. Jogos de oposição, marcas da presença e alterações do espaço também são encontradas no conjunto de obras do artista. Na exposição, o público se vê em uma situação de escolha, desde a maneira como se posiciona em relação ao trabalho, até a maneira como o reconhece.
Ocupando um papel importante no cenário artístico brasileiro na segunda metade do século XX, Caldas iniciou seus estudos com Ivan Serpa, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Foi nos anos 1960 que ele passou a constituir uma linguagem singular, que veio a se consolidar nas décadas seguintes sem amarrar-se a enquadramentos artísticos. Fora da categorização minimalista, formalista ou conceitual, ele tangencia vertentes criativas e referências nacionais e internacionais para construir seu discurso artístico através de um espaço de experimentação, criatividade e desafios ao olhar.
http://www.youtube.com/watch?v=YS_PtlEfIOI&sns=em